Alô? Tá me ouvindo?

Trilha:
Funkorama by Kevin MacLeod
Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3788-funkorama
License: https://filmmusic.io/standard-license

Antes da internet o rádio era a melhor forma de acompanhar os lançamentos musicais e ouvir as músicas que não tínhamos acesso. A gente deixava o gravador no ponto e quando tocava aquela música que a gente queria muito, a gente gravava. Até que as rádios começaram a colocar vinheta no meio da música. Ai que ódio!
Nessa época eu queria ter um programa de rádio, sonho de adolescente querendo fazer uma história diferente.
Meu pai era seresteiro e me incentivava no gosto pela música, sempre que podia comprava discos pra mim. E eu torcia pra que as letras viessem no disco (vinil ainda, viu gente) e eu pudesse acompanhar, decorar e sair cantando junto.
Esse ritual até hoje é importante pra mim. Quando um disco é lançado, mesmo ouvindo em streaming, eu ouço na sequência que a banda ou artista colocaram. E faço isso várias vezes.
Além das músicas a gente ouvia notícias e entrevistas nas rádios. E claro que tinha briga pra saber em qual estação o rádio do carro seria sintonizado. Minha mãe teve que criar uma regra, cada uma de nós tinha o seu dia da semana pra escolher a estação.
Minha ligação com o áudio é forte até hoje.

Eu sabia que podcast era como um programa de rádio que você poderia ouvir quando quisesse e que não tinha um tempo determinado pra acabar. Mas podcast era coisa de nerd porque eram eles que ouviam e conseguiam fazer, porque tinha que subir via código. Mas a tecnologia avança. Assim como os vídeos foram se tornando cada vez mais acessíveis, em função da demanda, os podcasts começaram a sair do nicho e se transformar em programas sobre muitos assuntos diferentes.
Nessa época eu queria muito ler um livro que me indicaram e não conseguia passar da introdução. Simplesmente não entendia nada. Até que eu soube que havia um podcast de duas amigas conversando sobre o livro. Foi assim que consegui ler o livro e me apaixonei por podcast. Comecei a ouvir tudo que eu achava, e acredito que aquela sensação de menina ouvindo rádio me conectou com essa onda dos podcasts.

E pra mim não bastava ouvir podcasts, né? Eu tinha que pelo menos entender como eram feitos. Resolvi que ia aprender e fazer podcast. Como o Ossobuco sempre foi uma plataforma de experimentação pra gente, foi por aí que resolvi começar. Sem saber que depois de 2 anos eu estaria transformando o Ossobuco em um programa de podcast junto com o time todo.
Descobri assim mais uma coisa que gosto muito de fazer e que faço com dedicação e carinho. Entendo o processo todo, desde a ideia, passando pelo planejamento e produção até a finalização e publicação.

Ah, e durante a pandemia, segundo o instituto de pesquisa Kantar IBOPE, quem ouvia rádio passou a ouvir mais e quem não ouvia passou a ouvir. É o rádio sendo aquele companheiro que não exige exclusividade, né?

Entendi que nessa jornada o ligar pontos foi da Heloisa de hoje com a Heloisa adolescente. Eu comigo mesma. E que isso também traz muito sentido pro que pode vir depois.

Você pode ouvir o podcast do Ossobuco aqui.

Tem uma ideia ou um projeto de podcast? Bora conversar.
Escreve pra mim hello@heloisapr.com.br

Até a próxima.

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