É claro que as nossas histórias sempre começam quando a gente nasce. Mas, quantas vezes a gente não renasce durante a nossa vida? Mas eu vou poupar vocês da minha infância, adolescência e juventude e vou direto pra minha vida profissional, que é o que interessa aqui. Lembrando que em mim ainda existe a pequena criança Helô, a adolescente chata Helô e a jovem rebelde Helô.

Vamo lá?

Comecei a trabalhar aos 19 anos. O Brasil vivia o processo de redemocratização e eu cursava História na UnB. A produção cultural foi meu primeiro match profissional. E vivi os famosos anos 80 em Brasília, na efervescência da vida artística e criativa da cidade. Passei pela área cultural da própria UnB na produção do Festival Latino Americano de Arte e Cultura - FLAAC, em projetos especiais de resgate da cultura no campus até cair no primeiro Centro de Produção Áudio Visual da universidade, o CPCE. Logo encontrei minha segunda paixão, sempre dentro da produção, o vídeo e o cinema. Cheguei a participar da produção de 3 longas metragens! Parecia que essa seria a minha vida. Até que veio o furacão destruidor chamado Collor, confiscou o dinheiro e acabou com a cultura e particularmente com o cinema.

Trabalhei em produtoras de vídeo independentes em Brasília até atender o chamado de um amigo que me indicou para trabalhar no departamento de marketing do ParkShopping. Nessa época, os shoppings eram verdadeiras praças animadas onde sempre aconteciam eventos, e por isso meu perfil de produtora se encaixou nessa vaga e lá fui eu encontrar novo amor, a comunicação.

De cliente virei agência e tive a sorte de trabalhar numa das melhores agências do Brasil em Brasília, a MPM, onde aprendi muito sobre comunicação, publicidade e propaganda. Passei 12 anos nessa agência, atendendo clientes de todos os tamanhos e construindo uma reputação sólida nessa área. Passei por outras agências, mas o mercado foi mudando e com ele o perfil dos profissionais. Mas foi bem nessa época que surgiu uma tal rede mundial de computadores que mudou o mundo, e claro, a minha vida também.

Engraçado, contar assim a minha história parece que existe uma lógica muito clara nisso tudo, mas isso só aparece depois, quando a gente olha pra trás e se afasta um pouco pra ter noção de tudo, né?

Voltando pra linha do tempo, comecei a paquerar a internet e logo em seguida veio o namoro bem sério com a comunicação digital.

E aqui foi como ter que começar de novo. Claro que todos os aprendizados das experiências incríveis que eu pude participar, vieram junto, mas agora era uma outra lógica. A comunicação passou a ser de mão dupla. E o clássico transmissor e receptor se confundiram. O jogo ficou um pouco mais equilibrado e as marcas tiveram que aprender a ouvir, escutar e não só falar.

Tive a sorte de entrar na DigitalGroup, uma agência que tinha uma equipe super qualificada tecnicamente e que precisava da senioridade que eu podia oferecer. É maravilhoso ser parte de uma equipe diversa e que respeita as diferenças. Desenvolvi ali outras habilidades que foram fundamentais pro que viria a seguir.

E vieram as Redes Sociais, Twitter, Facebook e depois o Instagram. Me tornei líder de comunidade utilizando o Instagram como ferramenta e fui coordenadora do grupo Instagramers Brasília quando a plataforma ainda dava seus primeiros passos, só pelo iPhone e antes do Facebook. Novo mundo, novas possibilidades. E fui me atirando nelas. Empreendedorismo digital com a startup LambLamb, organizadora, apresentadora e curadora no Ossobuco e sócia fundadora do Co-Piloto, um dos primeiros espaços de coworking de Brasília. Nessa época eu ainda tinha que explicar o que era um coworking.

A cultura criativa voltou a florescer na cidade a partir de 2009, 2010 e eu tive o privilégio de participar desse momento pela segunda vez. Me envolvi em praticamente todas as iniciativas e eventos da cidade. Picnik, Limonada, Chefe nos Eixos, Endossa, Abramente, Festival Criativo Sul, Que Viagem Véi, Campus Party em Brasília, Napkin Talk e a lista continua.

Tenho muito orgulho em ter contribuído de forma direta para estimular uma atitude criativa das pessoas e negócios da cidade. Seja como comunicadora, seja como gestora de espaço, seja como palestrante ou criadora de conteúdo.

Ao longo desses anos adquiri capacidades, habilidades e experiência, que me permitem atuar em muitas frentes.

Planejamento estratégico de comunicação, curadoria de conteúdo, mentoria para mulheres, construção de parcerias surpreendentes e desenvolver narrativas autênticas para pessoas e marcas.

Meus mais novos aprendizados também me fizeram professora de bordado e crochê, podcaster e produtora de podcasts e desenvolvedora de cursos online para EAD.

No final, digo que minha curiosidade e minha vontade de aprender me trouxeram até aqui e quem sabe eu posso continuar essa história na sua companhia.